O mercado tecnológico se enche de novidades visando professores, pais e estudantes. A Apple, empresa norte-americana que atua no setor de aparelhos eletrônicos e de informática, colocou no mercado aplicativos educativos para o iPhone, o iPad e o iPod.
Neles ela oferece serviços como um app que ajuda na organização de tarefas, horários, aulas e outras atividades; outro que auxilia o usuário a criar cartões de estudo para memorizar ou estudar matérias escolares; e ainda aqueles que oferecem dicionário e tabela periódica.
Mas, até que ponto essas novas tecnologias podem auxiliar no aprendizado do aluno? Veja na reportagem abaixo o que a professora e doutora Helena Sporleder Cortes, coordenadora de Pedagogia Multimeios e Informática Educativa da Faced/PUCRS tem a dizer sobre o assunto.
‘’O fundamental é nos concentrarmos em como usá-los com finalidades educacionais, isto é, como explorá-los de modo a que se revelem recursos efetivos de apoio ao ensino e à aprendizagem. Esse é o grande desafio’’ – fala Helena.
Para ela, a tecnologia, em si, não é boa ou má. Bom ou mal é o uso que se faz dela. As novas mídias eletrônicas, por exemplo, pelo fascínio que exercem sobre crianças, adolescentes e jovens em geral, são recursos poderosos para mobilizar o estudante, para atraí-lo ao estudo dos conteúdos curriculares.
Nessa nova realidade, pais e professores devem ficar atentos para não deixarem os estudantes se tornarem excessivamente dependentes dessas tecnologias. Helena alerta que hoje, talvez, sejamos mais impacientes, menos atentos e concentrados do que éramos há décadas atrás.
Os alunos perdem, não com o uso, mas com o uso excessivo das tecnologias contemporâneas, grandes oportunidades de aprendizagem, de crescimento, de ampliação dos horizontes formativos e de aprofundamento das relações humanas – afirma a professora.
Segundo ela, é preciso definir, em conjunto, as regras necessárias para que o acesso aos instrumentos tecnológicos não seja negado, mas que o espaço para o exercício de atividades que envolvam a socialização e o relacionamento humano seja mantido.
Além dos alunos, os professores também podem aproveitar essas tecnologias na sala de aula, tornando-as úteis no processo de ensino. Helena acredita que os educadores têm que ser profissionais capazes de explorar pedagogicamente os recursos tecnológicos.
Há que investir na formação inicial e continuada dos professores, de maneira a permitir-lhes o acesso e a capacitação no uso das tecnologias com finalidades educativas. O grande dos desafio é aproveitar esses novos recursos, associando-os ao desenvolvimento de projetos de aprendizagem que permitam desenvolver e fixar os conteúdos curriculares – aponta ela.
Helena acredita que o uso da internet, dos mecanismos de busca virtual, das redes sociais, dos vários aplicativos desenvolvidos para iPads, iPhones, iPods, ou quaisquer outras ferramentas para buscar informações articuladas aos temas de estudo das diferentes áreas do saber pode se revelar uma estratégia de ação altamente estimuladora e produtiva sob o enfoque educacional.
Discutir e refletir criticamente sobre essas ferramentas, transformando-as em conhecimento efetivo, ao invés de apenas favorecer o famigerado ‘recorta e cola’ usual, que só estimula a repetição vazia, pode ajudar a abrir os horizontes didáticos da formação escolar convencional e também da formação familiar – conclui ela.
(Texto da reportagem escrito pelo site guia de informática).